quinta-feira, 2 de fevereiro de 2006

Se estavas tão seguro disso, porque não disseste antes?

Malditas palavras por dizer! As tuas e as minhas... Era tudo tão mais fácil se simplesmente fossemos sinceros e o dissessemos de uma vez. O que sentimos realmente, pois. Porque teimamos em pensar que seria mais difícil? Estupidez propositada. Que é como quem diz um medo que chega a ser terror. Tremem as mãos, empalidece o rosto, fraquejam os joelhos. Pára o pulmão e dispara o coração! Impossível pensar. Só depois. Quando já é tarde, claro. Mas porque é que tem de ser tarde, alguma vez? Quem é que decide quando é cedo, ou quando é tarde, ou quando chegou a altura certa? Raios, a altura certa é imprevisível! Não podemos sabê-la antes que chegue. Se damos com ela é por acaso. Significará isto que devemos agir o maior número de vezes possível, para que a probabilidade de atingir alguma vez o momento certo seja maior? Mas assim também aumenta o número de vezes que podemos falhar! Que somos inconvenientes. A questão é que os sentimentos nunca deviam ser inconvenientes. Mas às vezes são. Problema insolúvel!
A intuição. Deve ser a intuição que nos guia nestas coisas. Deve haver uma vozinha que diz: "Agora!! Ready...Set...Go!!". Pelo menos já me têm dito para me deixar guiar pela intuição. Ora bolas, como é que eu vou saber que tenho disso? Não há cá vozinha nenhuma! E se houvesse era capaz de ficar preocupada. Se fosse mesmo verdade que todos temos intuição (especialmente as mulheres, segundo dizem) e que esta é o melhor guia que se pode ter, então devia correr tudo bem! Não devia haver problemas nem dúvidas. Era só seguir a intuição! Pois claro.
Talvez o melhor fosse termos uma espécie de reflexo involuntário. Do estilo, quando fosse preciso dizer alguma coisa, mas alguma coisa importante (nada do estilo eu dizer agora que há pouco espirrei para cima do monitor, o que por acaso até é mentira), quando precisassemos de dizer alguma coisa importante a alguém, não seria necessário nenhum esforço sobrehumano, as palavras sairiam naturalmente, fluidas e livres, sem ser preciso pensar. Não haveria aquele dilema medonho do digo-ou-não-digo. Dizer o que sentimos deveria ser como fechar os olhos ao espirrar.
Como na realidade as coisas não funcionam nada assim, a solução ideal era, mesmo sem o tal reflexo involuntário, dizermos aquilo que sentimos à pessoa em questão, deliberadamente e sem medo, na primeira oportunidade. E pronto. Assunto arrumado. Está dito, está dito. Depois logo se vê!
E penso eu que pensam vocês: "Pois sim, minha amiga, falar é fácil!..." Mas não. Tenho estado a dizer precisamente o contrário. É fácil uma merda!

4 comentários:

p disse...

Aii sê bem vinda, Susanix! :D Os primeiros posts prometem..fiquei addicted! Muitos parabéns mesmo! Este texto tá lindíssimo! (neste caso, eu consegui dizer o que sentia :p).

Boa sorte, e go on! Quero ler-te mt mais =)) **

Catarina disse...

Percebi exactamente cada palavra. Falar não é fácil mesmo.
Adorei. Beijos.

Anónimo disse...

como sempre deixaste-me pregada a olhar pa akilo que escrves, a diferença agora é k foi pó ecran...escreve mais pra mim sim?:) adoro-te escritora!!bjinhos

Anónimo disse...

mais uma vez estou de acordo ctg, realmente é muito dificil dizer o que sentimos e devia de ser como "espirrar" como tu dizes tao bem, infelizmene nao é!! se calhar é por isso que a vida é tao complicada e ao mesmo tempo tao fascinante! bem continua sue o teu blog esta realmente fantastico!!!!