terça-feira, 2 de outubro de 2012

Do amor, das palavras e do poder.

Andava há semanas a meditar no poder de destruição das palavras. Andava a pensar que se te dissesse que te amava tu ganhavas o poder de me destruíres. E que, de alguma forma, se eu me mantivesse calada, o silêncio me protegeria. Sempre me movi pelo medo. Raramente contrariei este instinto cobarde. E agora descubro que me iludia propositadamente. Eu sempre soube que o verdadeiro poder não está nas palavras mas naquilo que as move. O que te deu o poder de me destruíres foi o facto de eu te amar, independentemente de o ter dito ou não. E também sei que quando eu te olhava nos olhos e pensava no quanto te amava tu sabias que era isso que eu estava a dizer com os olhos. E, ciente do poder que tinhas, soubeste que a única coisa que podias fazer com ele era precisamente destruir-me. Porque não me podias devolver esse poder e também não o podias guardar impunemente. Restou a única opção. E assim, tão facilmente, morri às tuas mãos.