Uma vez conheci um rapaz que me contou que numa noite, depois de o namoro dele com uma certa rapariga ter terminado, lhe deu uma pancada enorme e saiu de casa a correr, só de boxers e descalço, para ir ter a casa dela e dizer-lhe que a amava. Ou para lhe pedir perdão por qualquer motivo. Já não sei bem. Lamento não ter registado os factos com precisão. Também não tenho a certeza se ela voltou para ele, mas acho que não. E não se preocupem que não estou a cometer nenhuma indiscrição ao contar-vos isto. Na altura perguntei-lhe se podia incluir a história dele numa história das minhas, se um dia escrevesse um livro. Ele mal me conhecia e provavelmente já nem se lembra, mas na altura respondeu-me que se sentiria lisonjeado, ou honrado, ou algo parecido; como disse, já não sei precisar e também não vos quero enganar. Está bem que isto não é nenhum livro, nem estou a contar nenhuma história, mas acho que ele não se ia importar. Caso contrário, apresento desde já as minhas sinceras desculpas.
Mas onde eu queria chegar com isto tudo, antes de me dispersar, era ao facto de eu ter acreditado nele sem sequer pestanejar. Claro que perguntei: A sério?!, mas não cheguei a duvidar.
E há pouco mais de uma semana, no Domingo, dia 29 de Janeiro, tinha eu adormecido há cerca de uma hora, depois de uma directa, quando a minha mãe me veio acordar porque estava a nevar. E eu levantei-me num ápice e fui a correr para a janela. É engraçado como nem sequer estranhei que nevasse aqui, onde nunca tinha nevado desde que eu sou viva!
Mas quando uma vez deixei cair um frasco de maionese no chão da cozinha e fiquei com uma área de um metro e meio em meu redor coberta de molho misturado com vidros, deixei-me estar com ar de estúpida a olhar para baixo, sem outra reacção a não ser a de dizer em voz alta: Isto não me está a acontecer! Não estou a acreditar! E não estava mesmo. Demorei um bocadito a encarar a realidade e a começar a limpar aquela porcaria.
E nunca vos aconteceu contarem-vos uma grande mentira e quando começam a desconfiar que não é verdade entram em negação, rejeitam a hipótese de que alguém possa ser desonesto convosco, até ser demasiado óbvio e já não poderem negar mais? O mesmo quando um amigo ou alguém de quem gostam muito e que têm a certeza que também gosta muito de vocês (mesmo que já tenham tido atritos no passado) faz algo que vos magoa. Que vos magoa assim mesmo muito. De rasgar o coração. Quer tenha sido de propósito ou não. É que às vezes temos vontade de magoar as pessoas de quem gostamos; outras vezes não temos a intenção mas magoamos na mesma; outras ainda, nem sequer pensamos, nem sequer nos lembramos que podemos estar a magoar alguém. O último caso acaba por ser o mais cruel. Estúpida falta de cuidado! Egoísmo crónico a que estamos destinados. E insensíveis que somos às vezes...
(Podia dar mais exemplos para reforçar a teoria, mas como não vos quero abusar da paciência, salto já para os finalmentes.)
A conclusão a que chego, no fim ou no meio disto tudo, está no título. É tão mais fácil acreditar no incrível, no ináudito, no impensável, que no mais normal, mais natural que pode existir! Porque será? Ah! Mistérios insondáveis da natureza humana! Conseguem ser tão ridículos às vezes...
Mas onde eu queria chegar com isto tudo, antes de me dispersar, era ao facto de eu ter acreditado nele sem sequer pestanejar. Claro que perguntei: A sério?!, mas não cheguei a duvidar.
E há pouco mais de uma semana, no Domingo, dia 29 de Janeiro, tinha eu adormecido há cerca de uma hora, depois de uma directa, quando a minha mãe me veio acordar porque estava a nevar. E eu levantei-me num ápice e fui a correr para a janela. É engraçado como nem sequer estranhei que nevasse aqui, onde nunca tinha nevado desde que eu sou viva!
Mas quando uma vez deixei cair um frasco de maionese no chão da cozinha e fiquei com uma área de um metro e meio em meu redor coberta de molho misturado com vidros, deixei-me estar com ar de estúpida a olhar para baixo, sem outra reacção a não ser a de dizer em voz alta: Isto não me está a acontecer! Não estou a acreditar! E não estava mesmo. Demorei um bocadito a encarar a realidade e a começar a limpar aquela porcaria.
E nunca vos aconteceu contarem-vos uma grande mentira e quando começam a desconfiar que não é verdade entram em negação, rejeitam a hipótese de que alguém possa ser desonesto convosco, até ser demasiado óbvio e já não poderem negar mais? O mesmo quando um amigo ou alguém de quem gostam muito e que têm a certeza que também gosta muito de vocês (mesmo que já tenham tido atritos no passado) faz algo que vos magoa. Que vos magoa assim mesmo muito. De rasgar o coração. Quer tenha sido de propósito ou não. É que às vezes temos vontade de magoar as pessoas de quem gostamos; outras vezes não temos a intenção mas magoamos na mesma; outras ainda, nem sequer pensamos, nem sequer nos lembramos que podemos estar a magoar alguém. O último caso acaba por ser o mais cruel. Estúpida falta de cuidado! Egoísmo crónico a que estamos destinados. E insensíveis que somos às vezes...
(Podia dar mais exemplos para reforçar a teoria, mas como não vos quero abusar da paciência, salto já para os finalmentes.)
A conclusão a que chego, no fim ou no meio disto tudo, está no título. É tão mais fácil acreditar no incrível, no ináudito, no impensável, que no mais normal, mais natural que pode existir! Porque será? Ah! Mistérios insondáveis da natureza humana! Conseguem ser tão ridículos às vezes...
3 comentários:
Tu és brilhante. *
Miga, pela primeira vez páro pelo teu blog e dou por mim a devorá-lo de uma forma insaciável... Estou definitivamente viciado nele... Só me apetece amarrar-te a uma cadeira e dizer-te «escreve, escreve, escreve... estou sedento de palavras, das tuas palavras».
Espero que continues em força fofa.
Saudações imensamente imensas
Já dizia o Mark Twain "truth is stranger than fiction"...
Gosto muito, MUITO de te ler.
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