Nunca estive satisfeita
porque tive sempre medo
do que podia vir a encontrar.
Nunca nada me satisfez
porque nunca conheci tudo
do que há para encontrar.
Tive sempre medo de amar
porque podia descobrir
um amor mais verdadeiro.
Tive sempre medo de viver
porque podia descobrir
que desperdicei a vida.
Tive sempre medo de ser boa
porque podia descobrir
que podia ter sido melhor.
Tive sempre medo de vencer
porque podia descobrir
que nunca tive nada.
Tive sempre medo de sorrir
porque podia descobrir
todas as razões do mundo para chorar.
Tive sempre medo de chorar
porque podia descobrir
que podia ter sido feliz.
Tive sempre medo de ser feliz
porque podia descobrir
que era mentira.
Tive sempre medo de acreditar
porque podia descobrir
que estava enganada.
Tive sempre medo de duvidar
porque podia descobrir
que era tudo verdade.
Tive sempre medo de andar
porque podia descobrir
que devia ter corrido.
Tive sempre medo de correr
porque podia descobrir
muito onde tropeçar.
Tive sempre medo de dançar
porque podia descobrir
como pisar os meus próprios pés.
Tive sempre medo de lutar
porque podia descobrir
que não valia a pena.
Tive sempre medo de ter pena
porque podia descobrir
que era de mim.
Tive sempre medo de mostrar quem sou
porque podia descobrir
que sou feia.
Tive sempre medo de estar acompanhada
porque podia descobrir
que estive sempre sozinha.
Tive sempre medo de sonhar
porque podia descobrir
a verdade nos sonhos.
Como se tudo o que eu pudesse conhecer
fossem apenas fantasmas
do que podia vir a ser.
Ou do que é.
Mas nada é o que podia ser.
E é tudo meu.
Não és tu.
Sou eu.
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