sábado, 7 de outubro de 2006

Sob o signo de Platão

O teu sorriso é como uma noite nublada:
a tua língua é a lua, redonda e macia, às vezes pontiaguda;
os teus dentes as estrelas, cintilantes ou amarelos, não sei bem;
e os teus lábios são as nuvens, fofas e absorventes, que encobrem.

Deixa que cubram os meus,
deixa que absorvam o meu beijo.

Beijo-te.

Os teus olhos são cometas
que me atingem no peito brutalmente,
com o impacto e o fogo de mil vulcões.
Não voltes a voltar-te para trás,
que o álcool ferve-me as veias
e o meu coração bombeia
uma ternura violenta e nostálgica
que ameaça derreter o arame farpado
em que me tinha amortalhado
face a essa lava oftalmológica
(se até mesmo à visão da tua nuca...)

Beija-me.

Chamo-te Orfeu,
que insistes em olhar para trás
nessa curiosidade pagã.
Contra os teus olhos incandescentes
que mais posso eu
a não ser desejar ver-te amanhã?

Deixa-me beijar-te outra vez.
E beija-me uma última vez,
que por ora me estás interdito
e não sei se é por seres proibido
que cada vez mais me tens apetecido.

Acho que a culpa é do Platão, esse maldito!

5 comentários:

Pires disse...

*Clap Clap* =D
Muito bom, gostei imenso !!
E adorei a parte "os teus dentes as estrelas, cintilantes ou amarelos, não sei bem" hehe, brutal ^^

**

Anónimo disse...

Ainda bem que voltaste a escrever sua demònia!
Jà tinha saudades dos teus textos. Este è forte. Poètico. Encheu-me e deixou-me sem fôlego...
Aliàs...como sempre!

Escreve mais!...

Beijicos

P.S.: cOMO vai essa obra-prima?!!!

Fátima disse...

ah! farpado o sentimento entrecortado de paixão! gostei =) e agora sabes quem sou? =D

Marta disse...

primeira visita...a este mundo de palavras.

Ass: Marta

AR disse...

segunda visita! universo mais sóbrio...
=)*