O teu sorriso é como uma noite nublada:
a tua língua é a lua, redonda e macia, às vezes pontiaguda;
os teus dentes as estrelas, cintilantes ou amarelos, não sei bem;
e os teus lábios são as nuvens, fofas e absorventes, que encobrem.
Deixa que cubram os meus,
deixa que absorvam o meu beijo.
Beijo-te.
Os teus olhos são cometas
que me atingem no peito brutalmente,
com o impacto e o fogo de mil vulcões.
Não voltes a voltar-te para trás,
que o álcool ferve-me as veias
e o meu coração bombeia
uma ternura violenta e nostálgica
que ameaça derreter o arame farpado
em que me tinha amortalhado
face a essa lava oftalmológica
(se até mesmo à visão da tua nuca...)
Beija-me.
Chamo-te Orfeu,
que insistes em olhar para trás
nessa curiosidade pagã.
Contra os teus olhos incandescentes
que mais posso eu
a não ser desejar ver-te amanhã?
Deixa-me beijar-te outra vez.
E beija-me uma última vez,
que por ora me estás interdito
e não sei se é por seres proibido
que cada vez mais me tens apetecido.
Acho que a culpa é do Platão, esse maldito!
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5 comentários:
*Clap Clap* =D
Muito bom, gostei imenso !!
E adorei a parte "os teus dentes as estrelas, cintilantes ou amarelos, não sei bem" hehe, brutal ^^
**
Ainda bem que voltaste a escrever sua demònia!
Jà tinha saudades dos teus textos. Este è forte. Poètico. Encheu-me e deixou-me sem fôlego...
Aliàs...como sempre!
Escreve mais!...
Beijicos
P.S.: cOMO vai essa obra-prima?!!!
ah! farpado o sentimento entrecortado de paixão! gostei =) e agora sabes quem sou? =D
primeira visita...a este mundo de palavras.
Ass: Marta
segunda visita! universo mais sóbrio...
=)*
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