Nunca fui capaz de definir muito bem se sou uma optimista ou uma pessimista. Há muito tempo que sou fiel ao princípio de esperar sempre o melhor estando preparada para o pior. Lá está! A tal história do hipotético e do relativo. Ou não tivesse este blogue o título que tem! Nunca se sabe. Prefiro concentrar-me em encontrar as perguntas certas que em procurar respostas. Acho que as respostas é que, mais tarde ou mais cedo, acabam por me encontrar a mim. Mas para as compreender tenho de estar preparada para elas. E que melhor forma de estar preparada para o abalo das respostas do que tendo as questões possíveis já imaginadas? Assim talvez não precise de me sentar, e respirar fundo seja o suficiente. Este é um dos motivos porque o Shakespeare e o Sérgio Godinho são importantes para mim. (*)
Hoje apercebi-me de uma coisa. E é tão óbvio, tão óbvio, que me senti estúpida por só agora ter dado forma a esta ideia, ou sentimento, ou seja lá o que puder ser. Tudo junto, se calhar. Às vezes ponho-me a sofrer por antecipação. Pronto, muitas vezes. Mas a verdade é que não é por estar preparada para o pior que se o pior acontecer vai doer menos. Talvez até, por acumulação, doa mais. Acaba por ser tudo um pouco inútil. Só vale a pena prever o pior se fizer alguma coisa para o impedir. E se estiver fora do meu alcance, se for algo de inevitável, caso se concretize, há tempo de sobra para lamentá-lo.
Enquanto só existe a dúvida, o melhor é ser feliz, antes que chegue a certeza. Senão nunca podia sorrir.
E neste momento, apesar de ter medo do que possa vir aí, e porque se trata de uma daquelas hipóteses que me deixam impotente, de mãos atadas contra a vida, não posso deixar de sorrir. Porque a esperança é maior do que tudo. E porque se calhar ninguém acredita tanto como eu. Que vai correr tudo bem. Ou talvez seja apenas ingenuidade minha. Infantilidade até. Mas a verdade é que enquanto os vejo todos de rosto fechado e olhos húmidos (porque é que ninguém fala?), vejo-me a mim no meio, de sorriso nos lábios, voz alegre e palavras leves, e sinto-me ridícula. Porque também tenho o coração apertado e vontade de chorar. Provavelmente julgam-me insensível, indiferente, ou pior, julgam-me tola. Mas não me importo, porque se calhar assim não lhes peso no coração.
(*)
Ser ou não ser gente
ter ou não ter sonhos
mais exactamente
vir
à tona dos sonhos
Ter sempre a certeza das dúvidas
por via das dúvidas saber o que achar
(...)
Ser ou não ser, Sérgio Godinho
To be, or not to be: that is the question
[...]to die to sleep!
To sleep, perchance to dream, ay there's the rub,
For in that sleep of death what dreams may come
Hamlet, William Shakespeare
Hoje apercebi-me de uma coisa. E é tão óbvio, tão óbvio, que me senti estúpida por só agora ter dado forma a esta ideia, ou sentimento, ou seja lá o que puder ser. Tudo junto, se calhar. Às vezes ponho-me a sofrer por antecipação. Pronto, muitas vezes. Mas a verdade é que não é por estar preparada para o pior que se o pior acontecer vai doer menos. Talvez até, por acumulação, doa mais. Acaba por ser tudo um pouco inútil. Só vale a pena prever o pior se fizer alguma coisa para o impedir. E se estiver fora do meu alcance, se for algo de inevitável, caso se concretize, há tempo de sobra para lamentá-lo.
Enquanto só existe a dúvida, o melhor é ser feliz, antes que chegue a certeza. Senão nunca podia sorrir.
E neste momento, apesar de ter medo do que possa vir aí, e porque se trata de uma daquelas hipóteses que me deixam impotente, de mãos atadas contra a vida, não posso deixar de sorrir. Porque a esperança é maior do que tudo. E porque se calhar ninguém acredita tanto como eu. Que vai correr tudo bem. Ou talvez seja apenas ingenuidade minha. Infantilidade até. Mas a verdade é que enquanto os vejo todos de rosto fechado e olhos húmidos (porque é que ninguém fala?), vejo-me a mim no meio, de sorriso nos lábios, voz alegre e palavras leves, e sinto-me ridícula. Porque também tenho o coração apertado e vontade de chorar. Provavelmente julgam-me insensível, indiferente, ou pior, julgam-me tola. Mas não me importo, porque se calhar assim não lhes peso no coração.
(*)
Ser ou não ser gente
ter ou não ter sonhos
mais exactamente
vir
à tona dos sonhos
Ter sempre a certeza das dúvidas
por via das dúvidas saber o que achar
(...)
Ser ou não ser, Sérgio Godinho
To be, or not to be: that is the question
[...]to die to sleep!
To sleep, perchance to dream, ay there's the rub,
For in that sleep of death what dreams may come
Hamlet, William Shakespeare
1 comentário:
Não consigo distinguir onde começou a provocação!Se na menção a Oscar Wilde no post anterior, se na citação de Shakespeare neste post... :p Como tal não me podia abster de comentar. E para dizer apenas isto. Serás decerto tola...mas não te sintas mal porque não és a única por aí! Fala outro tolo... :) lol A meu ver não é uma questão de optimismo nem pessimismo, é viver! Sem esperar o que seja, mas também sem temer o pior... porque as coisas quando têm de acontecer, acontecem. E quanto a isso ninguém pode fazer nada! :)
Beijo***
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