sorri
enquanto podes
brevemente deixarás de ter coragem
brevemente entrará o negro
brevemente poderás ver
a verdade por detrás do sorriso
a inocência enganosa
a doçura perversa
as garras cor-de-rosa
as presas afiadas
os espinhos à flor da pele
o negrume dos olhos
por entre o cândido verde
está no centro
o núcleo incendiário
sedento de devastação
está por dentro
a teia de arame farpado
os nós sinistros
que não vêm nos livros
ou em qualquer ilustração
brevemente os cabelos ao vento
estarão carregados de electricidade
brevemente as delicadas mãos
estarão crispadas nos braços de uma cadeira
brevemente esse sorriso
vai esgotar-se
vai esgotar-me
vai esgotar-se-me
até quando ficarás sem ver?
até quando poderás não sentir?
até quando acreditarás não ser?
até quando poderás sorrir?
brevemente
brevemente, coração.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Que poema forte esse o seu...tem uma tonalidade relumbrante...é fantástico. Tipo de poema que eu adoro...e claro de se entender...
talvez você também goste dos meus poemas...visita lá e se gostar comente, e se gostar mais ainda segue...pois seguirei o seu com certeza...
http://poemasepoesiasdasoraia.blogspot.com
Enviar um comentário