Tão longe que estava agora. Teria algum dia percebido verdadeiramente o seu valor? A importância desmedida que tinha para umas quantas almas perdidas? A forma como quase sempre dizia a coisa certa na altura certa? E como sabia pedir desculpa na altura certa se dizia a coisa errada. Se por vezes usava o orgulho como escudo, quase sempre sabia ceder à humildade. Rapaz de gestos exuberantes e olhar tímido. Homem de palavras sábias e pensamentos puros. Hesitante na expressão das emoções apaixonadas. Cheio de contradições, como uma verdadeira pessoa, e sempre tão certo, como mito a idolatrar.
Os adjectivos abundam, cansativamente. Para quê desenhar em palavras aquilo que apenas se sente? É tão mais difícil que um abraço. Mas se o corpo não está presente, é preciso abraçá-lo com verbos.
Deixaste para trás um vazio tão grande, tão grande, tão grande, tão grande… Não há nada que o possa preencher. Nem cartas de nove páginas que façam chorar, nem fotografias em situações inusitadas que façam rir. Só o teu regresso. Enquanto isso, vamos balbuciando entre cafés e cigarros que perderam a graça sem ti a reclamar do fumo e a alertar contra as doenças do pulmão, “Tenho tantas saudades…”, “Faz tanta falta…”, “Que vai ser de nós sem ele?”, “Ainda só passou um mês e parece um ano… Acho que não aguento mais dois…”, “Vamos ter com ele… Podíamos, sei lá… apanhar um avião…”, “Queria tanto que ele estivesse aqui para ver isto…”, “O João é que ia achar piada…”, “Vamos dizer que temos uma doença terminal e precisamos que ele volte…”
A nossa doença terminal chama-se mesmo saudade. Mas não é bem terminal, vive em constante estado de evolução, e apesar de sabermos que se agrava a cada dia que passa, a cada fim-de-semana em que quase não nos apetece sair porque sem ti não é a mesma coisa, também sabemos que tem cura. Sabemos que quando terminar vai ser porque te temos de volta. E torna-se doce a saudade. Porque significa apenas como és elementar, meu caro Watson.
Contar-te os meus segredos por e-mail não é a mesma coisa. Mas sei que quando voltares vou gostar de descobrir a mudança em ti. O crescimento. As tuas novas compulsões (não me digas que são as mesmas?). Vais ter tanta coisa para nos ensinar. Não espero que tragas respostas para a vida, nem para o amor, por mais que penses neles. Mas quando nos pudermos rir todos juntos outra vez, e voltar a discutir incansavelmente as eternas questões e os eternos problemas que desde que existimos nos assolam as conversas, estes três meses vão ser a melhor coisa que nos aconteceu. Porque está a ser a experiência da tua vida, e se é importante para ti, é importante para nós. São uns chatos, os amigos. Sempre colados às nossas ideias. Parece que não têm vida própria ou o camandro.
3 comentários:
a su ta la pah!!! ela eh que sabe disse aquilo que todas nos sentimos e achamos do homem do gang!!!
tamos a morrer de saudades tuas pahhh!!!
***beijinhos grandes das duas p a su e p o john (mais especiais po john claro! xP)
O cliche e mesmo verdade! Quando as pessoas deixam de estar presentes fisicamente no nosso dia-a-dia, sabe melhor reencontra-las e ouvir com atencao o que tem para contar! Alem disso, as palavras sobre elas saem tao mais rapido, nao e?
beijo
Oh miuda, a vida é mesmo isto. Temos sempre um motivo para cantar um fado triste e saudoso, sempre.
Enviar um comentário