quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Poema do equilíbrio no Mundo.

Há quotas para tudo,
neste Mundo.
Talvez até as gargalhadas estejam contadas
e inequivocamente distribuídas.
De uma maneira ou de outra,
as quotas têm de ser preenchidas,
todos os dias.

Curei as tuas feridas.
Mas ao trazer-te paz
precisei de sofrer para apaziguar as quotas do Mundo.
Por me rir contigo
fui obrigada a chorar sozinha.
Por sorrir quando te vejo
o meu olhar sobre o rio é triste.
Porque descobri a cor dos teus olhos,
agora as flores não me cheiram a nada.
Mas troco qualquer perfume
por um olhar teu.

Tenho tanto para dar
que me assusta o que posso perder.
Se eu beber das tuas lágrimas
poderão elas matar-me?
Talvez o que tu tens para me dar
possa equilibrar a quota da coragem
que eu ainda não preenchi.
Ou talvez tudo isto
seja um pequeno preço a pagar
por me perder em ti.

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